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A Feira da Praça XV recebe diversas apresentações culturais 

Feira de antiguidades da praça XV vira inspiração para novos projetos culturais

Sucesso nas redes sociais, a movimentação da feira inspirou o projeto “reviver cultural” 

Por Duda Chagas

Novo sucesso entre os jovens e ponto obrigatório para colecionadores, a Feira de Antiguidade da Praça XV recebe por volta de 10 mil pessoas todos os sábados, de 6h às 16h, no centro do Rio de Janeiro. O crescimento inesperado do evento no pós-pandemia devolveu aos poucos o movimento de uma área que, com o home office, estava esquecida pela cidade e seus habitantes.

 Percebendo o impacto do evento na região, a subprefeitura do centro criou o programa  “Reviver cultural”, que pensa na implementação de atividades culturais como meio de revitalização de espaços abandonados ou desertos no bairro. O programa está sendo desenvolvido e será implementado inicialmente na travessia do comércio, onde três imóveis terão diferentes ocupações culturais, como um centro de fotografia dedicado à arte queer.

Mas a fama da feira de antiguidades não começou do dia para noite. Considerada a maior Feira de Antiguidades da América Latina, a feira da praça XV começou em 1970 e suas primeiras edições nem mesmo foram na Praça XV.  Primeiramente sediada na praça Paris, e reduzida em relação à atual, a feira de antiguidades também já foi organizada sob o elevado perimetral até ser finalmente relocada para a praça xv pela prefeitura em 2013. A mudança de local afetou o público, que aumentou drasticamente desde então. 

A relocação não foi o único motivador para a atual movimentação. A feira ganhou força pela grande procura de atividades culturais gratuitas após o isolamento social e a atual onda de slow fashion, ou moda sustentável, que motiva os jovens ao consumo de peças de segunda mão para diminuir o impacto ambiental da indústria da moda. Apesar de terem ajudado na fama, porém, os brechós vem tomando conta do evento e deixando as antiguidades em segundo plano. 

Isso é o que diz o vendedor de discos de vinil “Baita fé”. Artista e vendedor há 8 anos, Baita Fé acredita que o propósito da feira está se perdendo com a quantidade de barracas de roupa que chegam a cada edição. “Lugar de roupa é na C & A, não na feira de antiguidades. Eles cobram uma fortuna por roupas usadas e atrapalham nosso espaço.” Atualmente, muitas das barracas de brechós aproveitam o espaço aberto para colocar araras de roupas, mas isto acaba atrapalhando a locomoção tanto dos vendedores quanto dos clientes, deixando o espaço mais apertado. 

Já o organizador da feira e presidente da Fecult, Raphael Barbeito, tem uma visão diferente. Para ele, muitas pessoas chegam na feira à procura dos brechós mas saem encantadas com as antiguidades. A feira junta o público antigo e fiel ao atual e curioso, tendo um pouco de tudo para todos. “ Nós recebemos desde uma adolescente a um senhor de idade, de um morador da Zona Sul ao morador da Zona Norte, do juiz ao pobre”,  completou ele. 

Após ser tombada como bem material do Rio de Janeiro, a feira aumentou a preocupação com o espaço público do Largo do Paço. A praça XV foi reformada no início de 2022 pela secretaria Municipal de Esportes de Lazer e a Subprefeitura do Centro. O objetivo da obra foi não só melhorar o espaço para a feira e turistas que vem passear na área, mas também para skatistas que adotaram a praça como importante ponto para sua cultura. Vendedor há 28 anos, André Rodrigues afirma que já houve uma grande mudança de preocupação com o espaço público desde a relocação. “Antes não tínhamos nem banheiros por perto”, relembrou ele. 

Mas com tanto movimento, os vendedores e frequentadores continuam reivindicando melhorias na região e na organização. André afirmou sentir dificuldade para levar suas mercadorias para a feira já que não há estacionamentos por perto, o que o impede de ir de carro. Alex Sobral, também feirante, comentou que ouve do público reclamações sobre a falta de lixeiras públicas na área, ainda mais por ser uma feira com barracas de alimentação.

Com alguns empecilhos e mudanças tão rápidas, os vendedores acabam precisando dar seu jeito para conseguir captar a atenção do público. Alex está como feirante há somente dois anos e percebe que o crescimento na procura por das câmeras digitais ajudou bastante seu negócio. “ acho que o pessoal está optando por câmeras convencionais.”

Já André, com 28 anos na feira, já teve que mudar de mercadoria para se manter no jogo. “Eu comecei há muitos anos atrás somente com figurinhas de álbum que eram de colecionadores. Hoje, eu ainda trabalho com um segmento de colecionadores, mas mais visado para jogos para vídeo games, fitas e antiguidades.”

Laboratório de Jornalismo I

Prof. Chico Otávio 

Rio de Janeiro, RJ, Brasil

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